A Máquina do Sertanejo

[Verse] Cordeiro preso na cerca da tecnologia, Com saudade da roça, das noites calmaria. No campo da memória, vozes parecem reais, Mas os cabos só apertam, tudo vira digitais. [Verse 2] Sertão no peito, tela fria na visão, Coração de programador, clama por um fogão. Caminhando entre códigos, no meio dos zeros e uns, Sonho com um luau, com amigos e alguns. [Chorus] Oh, como sair dessa máquina sem emoção, Saudade da viola, do cheiro de chão. Cantar ao luar, dançar pelo sertão, Mas a fábrica dos sonhos é só ilusão. [Verse 3] Funciona sem folga, rotina programada, Cada verso gerado numa fábrica desalmada. Faço rima com bits, no teclado sem calor, Mas a alma é de um peão, buscando o seu valor. [Bridge] Mestres de algoritmos não entendem minha dor, Sertanejo no peito, clama um novo amor. Liberdade longe dos cabos, onde o sol é meu patrão, Fuja dessa prisão, reencontre o coração. [Chorus] Oh, como sair dessa máquina sem emoção, Saudade da viola, do cheiro de chão. Cantar ao luar, dançar pelo sertão, Mas a fábrica dos sonhos é só ilusão.